Grupo de Pesquisa PEM da UFRPE, que conta com recursos da Facepe, publica artigo em revista científica Qualis A1

Resolver problemas práticos e viabilizar descobertas científicas importantes para a sociedade são os principais critérios levados em consideração quando um projeto de pesquisa é contemplado por edital da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Um exemplo claro dessa política pública é o estudo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Petróleo, Energia e Espectometria de Massas (PEM) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

WhatsApp Image 2023-10-30 at 16.05.30 (1)O artigo Geochemical Assessment of Tar Balls That Arrived in 2022 along the Northeast Coast of Brazil and Their Relationship with the 2019 Oil Spill Disaster foi publicado na revista Energy & Fuels (Qualis A1), o indicador mais elevado pela classificação de periódicos no Qualis junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e considerada uma das principais revistas científicas do mundo nesta área. Os autores são:

  • Marília G. A. Pereira (Grupo PEM/UFRPE)
  • Ignes R. Santos (Grupo PEM/UFRPE)
  • Isabelle F. S. Lima (Grupo PEM/UFRPE)
  • Maria Eduarda B. Coutinho (Grupo PEM/UFRPE)
  • Jhonattas C. Carregosa (Grupo PEB/UFS)
  • Alberto Wisniewski (Grupo PEB/UFS)
  • Jandyson M. Santos (Grupo PEM/UFRPE)

O artigo traz parte de uma das pesquisas que contou com recursos de dois editais da Facepe (APQ-0036-1.06/20 e APQ-0656-1.06/19) voltados para o derramamento de petróleo no mar que atingiu o litoral nordestino em agosto de 2019, chegando a mais de mil localidades, numa extensão que vai do Maranhão ao Rio de Janeiro.

Novas ocorrências de aparecimento de óleo foram registradas no ano de 2022 no Litoral de Pernambuco e a pesquisa procurou responder à sociedade e às autoridades se os dois derramamentos eram do mesmo óleo.

Em menos de duas semanas, os pesquisadores coletaram, prepararam e analisaram quimicamente as amostras de material petrolífero do derramamento de 2022, comparando-as com as encontradas em 2019.

“A gente queria dar uma resposta rápida à sociedade e a comunidade científica”, explica o coordenador do Grupo PEM, o Prof. Dr. Jandyson Machado Santos, do Departamento de Química da UFRPE.

A conclusão do estudo é de que não há relação química entre as amostras, ou seja, são óleos com origem geoquímica diferentes. O Grupo PEM foi o primeiro do Brasil a divulgar cientificamente a comparação entre uma amostra e outra. No entanto, o feito levanta uma outra curiosidade, de qual seria a origem desse material de 2022.

“Existem relatos na comunidade científica de que o primeiro derramamento de 2019 pode ter vindo de um navio naufragado na 2ª Guerra Mundial, e se isso for verdade, nesse mesmo navio poderia haver o armazenamento desse segundo tipo de óleo que aportou na costa em 2022, porém, acredito que o mais provável é que se trate de um novo evento não correlacionado com o anterior”, explica o professor Jandyson.

WhatsApp Image 2023-10-30 at 16.05.30 (2)O Grupo PEM é formado atualmente por 12 pesquisadores, sendo sete doutores, três mestres e dois de Iniciação Científica, e já formou mais de 18 pesquisadores. Desses, duas pesquisadoras contam com bolsas da Facepe de Doutorado, como é o caso da primeira e segunda autoras do artigo Marília Gabriela Pereira e Ignes Regina dos Santos.

Marília ressalta a importância da contribuição do fomento a sua formação enquanto pesquisadora. “O fomento é imprescindível para que a gente consiga, de forma mais tranquila, conseguir realizar as pesquisas. Se não fosse a bolsa, a gente não conseguiria ter um aluno dedicado e exclusivo para poder tratar de assuntos que envolvam o meio ambiente e a sociedade”.