Foram selecionados 22 projetos voltados à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade amazônica
A Iniciativa Amazônia+10 divulgou na última quinta-feira (28/11), o resultado final das propostas de pesquisa aprovadas no edital Expedições Científicas, lançado em novembro de 2023 pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foram selecionados 22 projetos ao todo – orçados em aproximadamente R$ 76 milhões –, que vão mobilizar 85 grupos de pesquisadores vinculados a 19 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) diferentes, além das agências estrangeiras UK Research and Innovation (UKRI), do Reino Unido, e Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suiça.
“Estamos muito contentes com o êxito da chamada Expedições, tanto pela demanda altamente qualificada, quanto pela sua composição envolvendo parceiros nacionais e internacionais”, afirma a diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do CNPq, Dalila Andrade Oliveira.
A chamada pública apoiará expedições científicas voltadas à ampliação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade e a biodiversidade amazônica. As propostas selecionadas estão alinhadas ao objetivo do edital de preencher duas lacunas importantes do conhecimento científico sobre a região, uma geográfica e outra taxonômica, além de expandir as pesquisas sobre a diversidade sociocultural dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia. Considerando os 22 projetos, mais de 60 localidades pouco abordadas pela comunidade científica serão estudadas, entre elas terras indígenas, reservas de desenvolvimento sustentável e extrativistas e outras regiões de difícil acesso.
“A Amazônia ainda possui muitos segredos que a ciência precisa desvendar! Neste edital iremos apoiar projetos que trarão mais luz sobre essa biodiversidade e sobre os tesouros ancestrais. Esperamos que num futuro bem próximo nós sejamos capazes de compreender melhor essa região fantástica e contribuir para a sua preservação e desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável”, diz Marcel Botelho, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa).
Cada uma das propostas é liderada por pesquisadores de, pelo menos, duas FAPs ou agências estrangeiras, sendo um deles obrigatoriamente vinculado a instituições de ensino superior e/ou pesquisa com sede nos Estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso). O edital também previa a inclusão na equipe de pesquisa de pelo menos um integrante PIQCT (Povos indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais).
“Estamos na reta final de um processo exitoso, resultado de esforços de articulação das fundações estaduais de amparo à pesquisa, das instituições de ensino e pesquisa, dos pesquisadores e de agências de fomento nacionais e internacionais. Os projetos aprovados vão ampliar o conhecimento sobre a sociobiodiversidade amazônica, com a participação de cientistas locais, em parceria com outros estados e países”, comenta Márcia Perales, diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Os 22 projetos aprovados contarão com financiamento das agências de fomento (FAPs, CNPq, UKRI e SNSF) por um período de até 36 meses. Cada proposta foi avaliada por equipes de todos os Estados participantes da chamada – os nove da Amazônia Legal, além do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Posteriormente, as propostas foram avaliadas por um painel científico formado por pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, que classificaram os projetos de acordo com o seu mérito científico. E, por último, as agências financiadoras reuniram-se no âmbito do Comitê Coordenador da Iniciativa Amazônia+10 para definir o financiamento de cada um dos projetos, na tentativa de maximizar o número de propostas aprovadas.
“Ficamos muito contentes por mais este passo da Iniciativa. Estamos caminhando em diversificar os instrumentos de apoio à pesquisa em temas relevantes para a região. Queria parabenizar todas as instituições, nacionais e internacionais, envolvidas. Foi um trabalho complexo mas muito estimulante. Na sequência teremos outras iniciativas que sem dúvida irão contribuir para fazer avançar a pesquisa sobre os temas da Amazônia e também contribuir para fortalecer as instituições locais”, diz Carlos Américo Pacheco, Diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
A chamada recebeu 191 propostas no total – o que representa 25% a mais que o número de projetos submetidos ao primeiro edital da iniciativa, em 2022 –, distribuídas por nove grandes áreas do conhecimento (Ciências Agrárias, Biológicas, da Saúde, Exatas e da Terra, Humanas, Sociais Aplicadas, Engenharias, Linguística, Letras e Artes e outras).
“Este edital reflete o compromisso do Confap em fortalecer a pesquisa científica na região amazônica, incentivando ações colaborativas que contribuam para o desenvolvimento sustentável e a conservação do bioma. Acreditamos que as expedições resultantes desta iniciativa terão um impacto significativo, proporcionando novas descobertas e soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos na Amazônia”, finaliza Odir Dellagostin, presidente do Confap.
Pernambuco está sendo representando na chamada pelo pesquisador da UFRPE Clístenes Williams, em um projeto aprovado no valor de R$ 150 mil que pretende revelar a diversidade da flora e fungos amazônicos com foco na região do Alto Rio Negro.
A FACEPE entrará em contato com o pesquisador pernambucano contemplado na chamada, para dar encaminhamento à próxima etapa de contratação do projeto via sistema AgilFAP.
Acesse, aqui, a lista completa das propostas contempladas no edital