Lúcia Melo fala da Iniciação Científica contemporânea e o papel da Facepe

Presidente da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco entre os anos de 1995 e 1999, a pesquisadora da Fundaj, Lúcia Carvalho Pinto de Melo, ministrou a palestra de encerramento da 18ª Jornada de Iniciação Científica da Facepe, na tarde desta quinta-feira (24), na Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – FCAP/UPE, no Bairro da Madalena, Recife. 

A pesquisadora lembrou do processo de criação da Facepe, em 1989, portanto um ano após a promulgação da Carta Magna Brasileira. Segundo Lúcia Melo, antes da Constituição observava-se no País a necessidade da criação de fundações de apoio à pesquisa (FAPs) nos diversos estados brasileiros, fora do eixo Rio-São Paulo, como forma de fortalecer e descentralizar o investimento em Ciência e Tecnologia.

“Foi neste cenário que se criou a Facepe, sendo Pernambuco o primeiro estado, entre os que não possuíam fomento próprio, a ter sua FAP após a promulgação da Constituição”, relatou. Ao longo dos anos, num esforço muito grande e sensibilização dos governantes por parte dos gestores da fundação pernambucana e comunidade científica em relação à importância do investimento em pesquisa, o orçamento da Facepe foi sendo incrementado, chegando hoje a um patamar mais satisfatório, “mas ainda precisando aumentar”, segundo a pesquisadora.

Lúcia Melo ressaltou, entretanto, que os programas de iniciação científica são uma ferramenta das mais importantes na formação de recursos humanos qualificados, criativos e com as habilidades requeridas para o novo cenário global de CT&I. “Hoje são 2 mil bolsistas de IC em Pernambuco, sendo 1,5 mil do CNPq e 500 da Facepe. É um panorama excelente, já que há alguns anos 2 mil era o número de pesquisadores no Estado. Mas precisamos entender que com o acelerado processo de difusão e produção do conhecimento é necessário desenvolver ainda mais os programas de IC”.

De acordo com a pesquisadora promover a IC, acompanhar os programas e projetos, fomentar talentos, é necessário, mas não suficiente. “É preciso dar oportunidades para a IC e criar mecanismos de fertilização cruzada, interdisciplinaridade, no processo de formação de recursos humanos altamente qualificados com talentos e habilidades demandados pela nova configuração da pesquisa e da inovação”.