Facepe e ANR lançam edital “Blanc Edição 2013″

11 de dezembro de 2012


A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) e a agência francesa ANR – Agence Nationale de la Recherche lançam a edição 2013 do Edital de Cooperação Internacional Facepe/ANR – Programme Blanc

 

A chamada tem por objetivo apoiar a pesquisa cooperativa entre estudiosos vinculados a instituições no estado de Pernambuco e pesquisadores de instituições da França, nas áreas temáticas “Mudanças Globais em conexão com Ciências Ambientais e da Terra” e “Microbiologia, Imunologia e Infectologia”.

As propostas devem ser encaminhadas por meio eletrônico, simultaneamente, às duas agências – pelos pesquisadores franceses à ANR (http://www.agence-nationale-recherche.fr/), e pelos brasileiros à Facepe (https://www.facepe.br/) -, até o dia 17 de janeiro de 2013. Serão realizadas quatro etapas de análise dos projetos: pela área técnica da Facepe (enquadramento); por consultores ad hoc; análise, julgamento e classificação pelo Comitê Avaliador; e aprovação pelo Comitê Misto Facepe-ANR, sendo esta última condição sine qua non para que os projetos sejam aprovados.

O Acordo de Cooperação Internacional Facepe/ANR foi assinado em 2009, revisado em 2011 e em 2012. A congênere Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também participa da parceria, o que possibilita o apoio a projetos bilaterais – Facepe/ANR ou Fapesp/ANR – e também trilaterais – Facepe/Fapesp/ANR.

O acordo visa a facilitar a criação e operação de projetos científicos de qualidade propostos conjuntamente por equipes de pesquisa francesas e brasileiras. As prioridades temáticas são reexaminadas a cada edição das chamadas.

Projeto aprovado em 2012 – “Análise Imunogenética dos Mecanismos na Esquistossomose Hepatoesplênica” é o título do projeto de pesquisa apoiado pela Facepe e ANR por ocasião do edital Blanc International II – 2012. A pesquisa será coordenada pela Profª Drª Silvia Maria Lucena Montenegro, do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CpqAM), da Fiocruz, e tem vigência de 36 meses.

Segundo dados do projeto, 300 milhões de pessoas estão infectadas com a esquistossomose, doença que causa grave problema hepático, debilitando o paciente; e em 5 a 10% o tratamento não é eficaz. A doença é causada por inflamação provocada por liberação de ovos do Schistosoma mansoni ou Schistosoma japonicum que são retidos no fígado ou intestino, levando a fibrose intensa e disfunção do órgão hepático, em alguns indivíduos.

O estudo pretende identificar as variantes com efeitos funcionais e que são susceptíveis de agravar a fibrose. O projeto almeja aumentar significativamente a compreensão dos mecanismos subjacentes à fibrose esquistossomótica. “Como alguns dos mecanismos de regulação subjacentes à fibrose, em geral, estão envolvidos na indução de fibrose por esquistossomose, algumas de nossas descobertas terão implicações para a fibrose hepática de outras origens etiológicas, como hepatite por vírus C (HCV)”, relata a pesquisadora em sua proposta.