Inscrições para o Prêmio Naíde Teodósio Ano XII foram prorrogadas até o dia 10 de abril

Card Naíde 2019 Prorrogado 10-04

Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) e Secretaria da Mulher de Pernambuco (SecMulher-PE) informam que o prazo de submissão das propostas para o edital 27/2019 – Prêmio Naíde Teodósio de Estudos de Gênero Ano XII foi prorrogado por mais 30 dias. Novo encerramento: 10/04/2020.

Há 13 anos, a Secretaria da Mulher de Pernambuco realiza o concurso criado para estimular o debate crítico para promoção da igualdade de gênero e enfrentamento às diversas formas de discriminação e preconceito contra as mulheres. Alunos de todas as modalidades matriculados em instituição no estado de Pernambuco e os que concluíram em 2019 podem concorrer a seleção. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através do link: www.secmulher.pe.gov.br ou www.facepe.br. Os trabalhos podem ser elaborados nos formatos de redação, artigo científico, relato ou projeto de experiência pedagógica e documentário de curta metragem.

O Prêmio é uma parceria entre as secretarias estaduais da Mulher; Educação; Ciência, Tecnologia e Inovação; e Planejamento, além da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) e a FACEPE. Outras informações podem ser obtidas pela Central de Teleatendimento da Cidadã Pernambucana pelo telefone 0800-2818187. A ligação é gratuita e pode ser feita de fixo ou celular.

Presidente da FACEPE e pesquisadora da UPE fazem palestra na Unicap sobre os desafios e possibilidades do fomento à pesquisa em Pernambuco

O presidente da FACEPE, Prof. Dr. Fernando Jucá, foi um dos palestrantes da aula inaugural do semestre letivo da pós-graduação da Universidade Católica de Pernambuco. O evento, transmitido ao vivo pelo Facebook, aconteceu na manhã desta segunda-feira (9) e reuniu estudantes, gestores e coordenadores de cada um dos dez programas de Stricto Sensu da Unicap e de centros de pesquisa. Além de Jucá, também foi convidada como palestrante a Prof. Drª Tereza Cartaxo, da Universidade de Pernambuco.

IMG_5768Durante sua explanação, o presidente da Fundação falou sobre a necessidade de mensuração dos impactos da pesquisa no desenvolvimento econômico. De acordo com Fernando Jucá, um dos fatores que podem favorecer esta mensuração é a interação com o setor produtivo não-acadêmico. Para isso, Jucá defendeu uma melhor articulação do Sistema Pernambucano de Inovação (Spin), que reúne 300 instituições entre centros de pesquisa, universidades, bancos públicos, empresas, parques tecnológicos e poder público. O presidente da FACEPE também mostrou a competitividade entre os estados a partir de dados do Tesouro Nacional. Pernambuco apresentou melhora em alguns indicadores como Infraestrutura (6ª colocação), Educação (14ª colocação), Potencial de Mercado (22ª colocação), mas caiu 15 posições em Solidez Fiscal (23ª colocação). No Ranking Geral, o Estado subiu três posições.

Em outro momento da palestra, Fernando Jucá apresentou ações da Fundação que tem o quinto maior orçamento entre as agências de fomento à pesquisa do Brasil. A previsão orçamentária para 2020 é de cerca de R$ 70 milhões. Entre os anos de 2014 e 2018, o Governo de Pernambuco investiu R$ 284 milhões. As áreas que mais conquistaram recursos foram Saúde, Educação e Agricultura. Além de destacar as comemorações dos 30 anos da FACEPE, o gestor enfatizou que a instituição está buscando focar projetos que visem políticas públicas de desenvolvimento econômico e social e soluções para problemas urgentes, a exemplo dos editais do zika vírus e do derramamento de petróleo no litoral de Pernambuco. No caso da tragédia ambiental foram dois editais: o 22/2019 na ordem de R$2,4 milhões; e o 23/2019 em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que vai destinar R$ 3 milhões por meio de um acordo de cooperação.

Jucá também falou do Programa Centelha, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil. O programa oferece capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso. “É um programa belíssimo que tem um apoio importante da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). A gente teve 277 ideias submetidas em Pernambuco em diferentes áreas. Tecnologia Social bombou! Foi gratificante pra gente”. Ele destacou ainda dois projetos que contam com recursos da FACEPE. O Neurobots trata do desenvolvimento de tecnologia de exoesqueleto controlada por sensores cerebrais que ajuda vítimas de acidente vascular cerebral na recuperação de movimentos. Já o Qualihouse desenvolve dispositivos inteligentes que exploram o conceito de Internet das Coisas (IoT) para o gerenciamento de energia, sensores de ambiente, estacionamento inteligente e plataforma de marketing personalizado.

IMG_5755Fernando Jucá comentou a redistribuição das bolsas de pós-graduação por parte do governo federal. As regiões Sul e Sudeste tiveram aumento, enquanto o Nordeste teve redução. “Em Pernambuco, 63,1% dos alunos não tinham nenhuma bolsa”, disse ele apresentando dado de 2019. Ainda de acordo com Jucá, a FACEPE está desenvolvendo como política “o fortalecimento de cursos de pós-graduação com notas 3 e 4 (os mais atingidos pelos corte do governo federal); foco na internacionalização; consolidação de novos cursos de doutorado; garantia de consultoria e acompanhamento por parte da Capes e da FACEPE”.

As dificuldades impostas pela atual conjuntura também marcaram o discurso de Tereza Cartaxo. Ela começou a sua explanação fazendo um panorama da Educação no Brasil, apresentando um dado surpreendentemente positivo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que revela que o Brasil investe 5,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na área. Mas, de acordo com a pesquisadora, o país enfrenta vários desafios no que se refere à formação de uma política pública mais eficiente nesse tipo de investimento. “Estamos numa fase de não-investimento na Educação, na Pesquisa, em Pós-graduação, um não-investimento em tudo o que leva ao desenvolvimento do país”.

Em outro momento de sua participação, Tereza, que tem uma larga experiência em projetos de pesquisa nacionais e internacionais na área de ciências biológicas, convocou os estudantes a pensar novas políticas públicas. Ela apresentou várias iniciativas e editais de fomento à pesquisa da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e FACEPE com instituições de outros países. “Se você nunca submeter, você nunca vai ganhar”, disse ela em tom descontraído ao encorajar alunos e professores a apresentarem projetos.

IMG_5802Ao final, Tereza Cartaxo ressaltou a importância da qualificação permanente do capital humano com a presença de pós-doutores nos programas de pós-graduação e passou uma mensagem de esperança para aqueles que estão começando na pós: “vocês são o futuro dessa nação. A gente não pode desistir de lutar, mas a gente tem que buscar oportunidades nas situações difíceis”.

MCTIC e CNPq apoiam pesquisas em grafeno

grafeno

Foi lançada, na última sexta (06/03), a Chamada Pública CNPq/MCTIC/SEMPI n° 01/2020, que tem como objetivo selecionar e apoiar propostas de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação que visem gerar empreendimentos e soluções de base tecnológica, tendo como principal objeto o grafeno.

A Chamada Pública será dividida em 2 (duas) fases, na qual na 1ª fase serão selecionadas até 30 (trinta) propostas submetidas por equipes empreendedoras ou Startups que se encontrem em estágio inicial e que, ao final de 6 (seis) meses, deverão apresentar relatório técnico, plano de negócios e possuir carta de interesse de uma aceleradora ou incubadora. A partir desses documentos, serão selecionadas até 10 (dez) propostas para a 2ª fase, na qual, ao final de 18 (dezoito) meses, as equipes empreendedoras ou Startups deverão apresentar um Produto Mínimo Viável, além de interações com investidores, empresas e potenciais parceiros ou clientes.

A Chamada prevê o aporte de R$ 1.586.000,00, em custeio e bolsas, de recursos da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI), do MCTIC, porém os projetos poderão ser suplementados caso haja recursos adicionais.

O prazo de submissão de propostas começa nesta segunda-feira, 9, e se encerra no dia 24 de abril. A divulgação do resultado final das propostas selecionadas para a 1ª fase está prevista para 30 de junho de 2020.

A íntegra da Chamada Pública está disponível no site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e no link da notícia abaixo:

http://cnpq.br/chamadas-publicas?p_p_id=resultadosportlet_WAR_resultadoscnpqportlet_INSTANCE_0ZaM&filtro=abertas&detalha=chamadaDivulgada&idDivulgacao=9362

https://www.facebook.com/MCTIC/videos/534131353966500/

Eleições para Membro do Conselho Superior da FACEPE nas áreas “Ciências Exatas e Engenharias” e “Ciências Biológicas e da Saúde”

absentee-clipart-vote02

Está aberto o período de inscrição para as candidaturas à Membro do Conselho Superior da FACEPE.

Os candidatos deverão enviar documentação ao setor de protocolo da FACEPE, conforme regulamento do Edital 03/2020, até o dia 31/03/2020.

As pró-reitorias ou coordenadorias de pós-graduação das instituições de ensino superior de Pernambuco já receberam o convite para encaminharem a relação com nome, CPF e e-mail dos docentes votantes dos colegiados, via e-mail, até o dia 31/03/2020.

Para esclarecer quaisquer dúvidas, entrar em contato com a gestora de programas e presidente da comissão eleitoral: Ana Cássia (e-mail: ana.lima@facepe.br ou pelo Fone: 81 3181-4608).

O periódico Educational Researcher irá publicar, pela primeira vez, um artigo resultante de uma pesquisa brasileira apoiada pela FACEPE no âmbito do Edital 23.2/2014 PEPE

Jogos que estimulam a consciência fonológica de crianças da educação infantil melhoram o aprendizado de leitura e escrita

Jogos que estimulam a consciência fonológica de crianças da educação infantil melhoram o aprendizado de leitura e escrita

Texto original da Agência Bori (com acréscimos da Assessoria de Comunicação FACEPE)

Periódico científico Educational Researcher, o mais lido pelos pesquisadores educacionais nos EUA, irá publicar, pela primeira vez, uma pesquisa feita no Brasil. Para acessar o artigo aprovado para publicação, clique aqui. A publicação oficial ocorrerá em 09 de Março de 2020.

O projeto “Plataforma de Alfabetização Interligada – PAI” foi apoiado pela FACEPE  de 2016 a 2018 na modalidade Subvenção à Inovação vinculada ao Edital 23.2/2014 PEPE 2014.2

IMG_20171206_085155

Jogos que estimulam a consciência fonológica de crianças da educação infantil melhoram o aprendizado de leitura e escrita

Highlights

  • Consciência fonológica inclui habilidades como separar sílabas e identificar rimas e palavras que iniciam com o mesmo som
  • Experimento feito com 749 crianças apontou ganhos significativos no desenvolvimento da leitura (+68%) e escrita (+48%)
  • Mais de 100 escolas, em Pernambuco, Ceará e São Paulo, já adotaram esses jogos

Um experimento realizado com alunos de educação infantil mostrou que o uso de jogos digitais de consciência fonológica — conceito que abarca uma série de habilidades, como  separar sílabas, juntar sons para formar novas palavras e reconhecer rimas e vocábulos iniciados pelos mesmos sons — aumentou a aprendizagem em leitura e a habilidade de escrita das crianças.

IMG_20171107_161812

Os resultados da pesquisa, que integram a tese de doutorado em educação do brasileiro Americo Amorim, defendida em 2018 na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, estão em artigo publicado em março, no periódico científico Educational Researcher.

Partindo da literatura internacional, que aponta que o baixo aprendizado em leitura e escrita está associado à falta de estimulação adequada das crianças na faixa etária pré-escolar, Amorim desenvolveu um programa de estimulação da consciência fonológica por meio de 20 atividades lúdicas gamificadas, que foram realizadas por meio de tablets de baixo custo. Elas foram aplicadas, com a ajuda de professores e psicólogos, durante três meses do segundo semestre de 2017, em 17 escolas particulares de cinco cidades pernambucanas – Recife, Olinda, Paulista, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes.

Um total de 749 alunos, de 62 turmas, com idade média de 4 anos e meio, participou do experimento. As crianças foram divididas, por sorteio, em dois grupos — o que realizou as atividades propostas e o que não as fez (grupo de controle). Ambos os grupos passaram por avaliações antes e depois desse período, e os resultados foram comparados. Os alunos que realizaram o programa tiveram resultados superiores em 68% (leitura) e 48% (escrita) em relação a aqueles que não participaram. Os jogos também geram relatórios que permitem que professores e gestores acompanhem o aprendizado dos alunos.

“Uma das principais contribuições da pesquisa é mostrar a importância de fazer esse tipo de estimulação lúdica já na educação infantil, o que contribui para a alfabetização na idade correta no ensino fundamental”, observa Amorim.

Corta PalavrasO trabalho envolveu também pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) e da Escribo Inovação para a Aprendizagem, empresa fundada por Amorim em 2015, que desenvolve e comercializa jogos pedagógicos.

Em 2018, a pesquisa foi repetida em escolas públicas, e os resultados, de acordo com Amorim, foram ainda melhores. “Crianças que recebem menos estímulos em casa e na escola acabam se beneficiando ainda mais. As turmas que utilizaram os jogos avançaram o dobro em leitura e o triplo em escrita. Isso nos motivou a continuar aperfeiçoando os jogos para atender cada vez mais as necessidades desses alunos”.

Atualmente, mais de 100 escolas localizadas nos estados de Pernambuco, Ceará e São Paulo utilizam os programas, a maior parte delas da rede pública.

futebol

Mais informações

Americo Amorim, Doctor of Education

(81) 98825-2748

americo@jhu.edu

 

FACEPE recebeu coordenador do Programa Cientista Chefe do governo do Ceará

IMG_5666A FACEPE recebeu, na manhã desta terça-feira (3), o diretor de Inovação da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Prof. Dr. Jorge Soares. Ele falou sobre o sucesso do Programa de Ciência e Inovação em Políticas Públicas do Ceará (Cientista Chefe). Desde 2018, a iniciativa disponibiliza para o governo do estado metodologia e conhecimento científicos para tomada de decisões e para a formulação de políticas públicas em Saúde, Educação, Energia, Segurança, Recursos Hídricos, Ciência de Dados, Pesca e Aquicultura, Infraestrutura Viária, entre outras áreas.

O evento aconteceu no Salão Nobre da FACEPE e reuniu técnicos, gestores governamentais de PE e da própria FACEPE , além de pro-reitores e pesquisadores de universidades pernambucanas. De acordo com Jorge Soares, a produção científica, formação qualificada e ligação com núcleos de excelência em pesquisa são alguns dos critérios levados em conta para os projetos fazerem parte do programa. “O conhecimento tem de estar a serviço da administração pública”, detalhou ele ressaltando o objetivo de reduzir gastos e oferecer melhores serviços.

IMG_5657

Ainda segundo Jorge, os cientistas monitoram e propõem medidas em vários projetos a partir de uma metodologia científica e técnicas de Big Data. Tudo isso conciliando a carreira acadêmica.Os pesquisadores não se afastam da universidade, seguem a docência e a produção científica mantendo a atualização permanente”.

De acordo com dados apresentados pelo representante da Funcap, o investimento do governo do Ceará no programa foi de pouco mais de R$ 23 milhões desde 2018. Desde então foram 346 bolsas concedidas, sendo 247 vigentes. As equipes de pesquisadores envolvem 15 pós-doutores, 96 doutores, 40 mestres e 96 especialistas, graduados e bolsistas de nível médio. Os resultados e exemplos nas mais diferentes áreas da administração pública do estado do Ceará viraram um especial na revista institucional da Funcap.

IMG_5656Esse modelo inovador de fomento à política pública faz sucesso em outros países há décadas. O primeiro conselheiro cientista presidencial foi nomeado em 1957 nos Estados Unidos. No Reino Unido foi iniciado em 1964 e desde 2002 existe um em cada departamento de governo. Israel segue um modelo semelhante ao britânico tendo um cientista-chefe em cada um dos seus 13 ministérios.

 

FACEPE realiza eleição para membros do Conselho Superior

absentee-clipart-vote02

A Comissão Eleitoral da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco – FACEPE – abre o edital de Eleição de Membro do Conselho Superior para pesquisadores vinculados a instituições de ensino e pesquisa, sediadas no estado, nas áreas de Ciências Exatas e Engenharias e Ciências Biológicas e da Saúde. A relação atualizada dos votantes dos colegiados e a inscrição dos candidatos devem ser feitas até o dia 31/03/2020.

As inscrições devem ser encaminhadas à Comissão Eleitoral, por meio da entrega da documentação que consta no edital, no Setor de Protocolo da FACEPE dentro do prazo estabelecido. Serão escolhidos dois membros e o resultado está previsto para o dia 30/04/2020, após homologação da Presidência da Instituição, e será publicado na página (www.facepe.br), como também enviado ao Governador do Estado para designação dos representantes e o cumprimento do mandato compreendido no período de 01 de abril de 2020 a 31 de março de 2026.

A entrega da relação dos votantes dos colegiados deve ser enviada por e-mail para Ana Cássia Cabral de Lima (ana.lima@facepe.br) até 31/03/2020.

Clique aqui e confira o edital.

FACEPE promove mostra de resultados de pesquisas desenvolvidas com recursos do edital do Zika Vírus

IMG_5312A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) promoveu, na manhã desta terça-feira (18), uma mostra de resultados com 19 pesquisadores de várias instituições que desenvolvem estudos científicos sobre o Zika Vírus. Os projetos multidisciplinares abordam genética, física, biologia, tecnologia da informação, entre outros campos do conhecimento. A produção científica pernambucana tem reconhecimento internacional com dezenas de trabalhos divulgados nas mais respeitadas publicações científicas do mundo. Diagnósticos rápidos,  biolarvicidas e até um aplicativo de acompanhamento de crianças vítimas da microcefalia em decorrência do Zika foram apresentados. Ações concretas fruto de pesquisa financiada com recursos da Fundação e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) a partir do edital emergencial 04/2016.

IMG_5326O evento contou com as presenças do presidente da FACEPE, Fernando Jucá, do diretor Científico Paulo Cunha e da diretora de Inovação Aronita Rosenblatt. “Foi uma experiência pernambucana das mais dolorosas, mas cientificamente uma das mais importantes. Pernambuco estava conhecido como o estado de maior concentração de mulheres grávidas vítimas do Zika Vírus, mas também com a maior concentração de competências para resolver os problemas”, destacou Aronita ressaltando que as pesquisas apoiadas pela FACEPE tiveram mais de 50 trabalhos publicados em revistas científicas internacionais reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda de acordo com a gestora, na época, o edital aprovou 23 projetos.

Um desses projetos é o Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia (Merg), que reúne cientistas de várias instituições nacionais e internacionais. A rede de profissionais inclui especialistas em epidemiologia, doenças infecciosas e clínicos; investigadores na área da saúde reprodutiva, pediatras, neurologistas e biólogos. A iniciativa conta com pouco mais de R$ 170 mil em recursos aprovados pelo edital conjunto da FACEPE e Secretaria Estadual de Saúde. Durante a apresentação dos primeiros resultados na FACEPE, o coordenador Demócrito de Barros Miranda Filho apresentou alguns números. Foram 53 mutirões de saúde realizados com a realização de 8.981 exames. Ainda de acordo com dados mostrados por ele, 611 crianças foram avaliadas. Apesar dos avanços e descobertas que resultaram em medidas de prevenção ao problema, o pesquisador chama atenção para a  circulação do Zika Vírus. “As pessoas acham que o Zika acabou, mas é interessante a gente mostrar que ainda está havendo casos”.

IMG_5334O vetor transmissor da doença também é objeto de investigação dos cientistas. Um dos grupos levantou e comprovou a hipótese de que o Zika Vírus pode ser transmitida aos humanos por espécies de mosquitos diferentes do conhecido Aedes Aegypti. A descoberta foi liderada pela pesquisadora do  Instituto Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz (IAM/Fiocruz), Constância Ayres, que explicou durante a mostra de resultados da FACEPE como surgiu a investigação. ”Se tinha estabelecido que o Aedes Aegypti era o vetor exclusivo em área urbana e aí o nosso grupo foi o primeiro a questionar esse paradigma porque nas áreas onde houve as primeiras epidemias, na Micronesia e na Polinesia Francesa, o Aedes não existia. Porque ele seria a espécie exclusiva se a transmissão ocorreu onde essa espécie não existia? Então a gente levantou essa possibilidade e enfrentamos muita resistência do mundo acadêmico”. O grupo coordenado por Constância foi o único do mundo a fotografar a presença do Zika Vírus na saliva do mosquito Culex. Popularmente conhecida como muriçoca, a espécie é a mais abundante do mundo. A descoberta rendeu a publicação de 13 artigos científicos, dez resumos em congressos e 51 entrevistas aos meios de comunicação.

IMG_5375Além das áreas de Saúde e Biologia, o edital aprovou projetos também em Tecnologia da Informação. A pesquisadora Edna Barros, do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (Cin/UFPE), mostrou o Mob Care. Além da versão web, a tecnologia conta com um aplicativo criado para facilitar o acompanhamento dos profissionais de saúde e cuidadores na evolução diária das crianças vítimas de microcefalia. Nele o usuário pode colocar informações clínicas, anotar novos sintomas e assistir a vídeos que ensinam a fazer a terapia complementar em casa. O Mob Care está em fase de testes em parceria com a Fundação Altino Ventura. “Tem sido uma parceria muito boa. Hoje nós temos vários alunos voluntários. São alunos voluntários que quando veem o sofrimento de quem está do outro lado, ele trabalha da forma que for necessária. Tem sido uma parceria muito legal para despertar nos alunos a necessidade da inclusão, principalmente das mães, que se sentiam muito sós”.

Também participaram da mostra, as pesquisadoras doutoras do IAM/Fiocruz, Maria Alice Varjal e Maria de Fátima Militão, além das representantes da SES, Patrícia Ismael, Claudenice Pontes, Rayane Azevedo e Bárbara Silva.