Resolver problemas práticos e viabilizar descobertas científicas importantes para a sociedade são os principais critérios levados em consideração quando um projeto de pesquisa é contemplado por edital da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Um exemplo claro dessa política pública é o estudo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Petróleo, Energia e Espectometria de Massas (PEM) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

O artigo Geochemical Assessment of Tar Balls That Arrived in 2022 along the Northeast Coast of Brazil and Their Relationship with the 2019 Oil Spill Disaster foi publicado na revista Energy & Fuels (Qualis A1), o indicador mais elevado pela classificação de periódicos no Qualis junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e considerada uma das principais revistas científicas do mundo nesta área. Os autores são:

• Marília G. A. Pereira (Grupo PEM/UFRPE)
• Ignes R. Santos (Grupo PEM/UFRPE)
• Isabelle F. S. Lima (Grupo PEM/UFRPE)
• Maria Eduarda B. Coutinho (Grupo PEM/UFRPE)
• Jhonattas C. Carregosa (Grupo PEB/UFS)
• Alberto Wisniewski (Grupo PEB/UFS)
• Jandyson M. Santos (Grupo PEM/UFRPE)

O artigo traz parte de uma das pesquisas que contou com recursos de dois editais da Facepe (APQ-0036-1.06/20 e APQ-0656-1.06/19) voltados para o derramamento de petróleo no mar que atingiu o litoral nordestino em agosto de 2019, chegando a mais de mil localidades, numa extensão que vai do Maranhão ao Rio de Janeiro.

Novas ocorrências de aparecimento de óleo foram registradas no ano de 2022 no Litoral de Pernambuco e a pesquisa procurou responder à sociedade e às autoridades se os dois derramamentos eram do mesmo óleo.

Em menos de duas semanas, os pesquisadores coletaram, prepararam e analisaram quimicamente as amostras de material petrolífero do derramamento de 2022, comparando-as com as encontradas em 2019.

“A gente queria dar uma resposta rápida à sociedade e a comunidade científica”, explica o coordenador do Grupo PEM, o Prof. Dr. Jandyson Machado Santos, do Departamento de Química da UFRPE.

A conclusão do estudo é de que não há relação química entre as amostras, ou seja, são óleos com origem geoquímica diferentes. O Grupo PEM foi o primeiro do Brasil a divulgar cientificamente a comparação entre uma amostra e outra. No entanto, o feito levanta uma outra curiosidade, de qual seria a origem desse material de 2022.

“Existem relatos na comunidade científica de que o primeiro derramamento de 2019 pode ter vindo de um navio naufragado na 2ª Guerra Mundial, e se isso for verdade, nesse mesmo navio poderia haver o armazenamento desse segundo tipo de óleo que aportou na costa em 2022, porém, acredito que o mais provável é que se trate de um novo evento não correlacionado com o anterior”, explica o professor Jandyson.

O Grupo PEM é formado atualmente por 12 pesquisadores, sendo sete doutores, três mestres e dois de Iniciação Científica, e já formou mais de 18 pesquisadores. Desses, duas pesquisadoras contam com bolsas da Facepe de Doutorado, como é o caso da primeira e segunda autoras do artigo Marília Gabriela Pereira e Ignes Regina dos Santos.

Marília ressalta a importância da contribuição do fomento a sua formação enquanto pesquisadora. “O fomento é imprescindível para que a gente consiga, de forma mais tranquila, conseguir realizar as pesquisas. Se não fosse a bolsa, a gente não conseguiria ter um aluno dedicado e exclusivo para poder tratar de assuntos que envolvam o meio ambiente e a sociedade”.

Durante a abertura, a secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mauricélia Montenegro, anunciou a recomposição orçamentária da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) no valor de mais de R$8 milhões  

Em Pernambuco, a 20º Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) iniciou com atividades de incentivo à inovação e um anúncio importante para o fortalecimento da ciência e tecnologia no Estado. Durante a mesa de abertura, nesta segunda-feira (16), no auditório da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, a secretária Mauricélia Montenegro anunciou a recomposição orçamentária da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe) no valor de R$ 8,5 milhões.Ao lado da presidente da Facepe, Maria Fernanda Pimentel, e da reitora da Universidade de Pernambuco (UPE), Socorro Cavalcanti, a gestora destacou a atuação da gestão e os avanços conquistados durante este ano. “Apesar de alguns obstáculos, conseguimos incentivos importantes para estimular a pesquisa e fortalecer a inovação no Estado. Mas quero anunciar também que conseguimos recompor o orçamento da Facepe, então aqueles R$ 8,5 milhões que haviam sidos retirados no ano passado e que eram uma preocupação da comunidade científica, nós finalmente conseguimos recompor e a Facepe vai conseguir durante esse ano executar todo o seu orçamento”, afirmou a secretária.

Formada unicamente por mulheres cientistas, a mesa de abertura da SNCT em Pernambuco contou ainda com a presença das professoras universitárias Carol Leandro, da Universidade Federal de Pernambuco, e Patrícia Endo, da UPE, além da diretora de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), Giovanna Machado. Essa última, comandou a conferência que levou o tema da abertura da edição: “Quais contribuições o conhecimento científico pode trazer ao desenvolvimento sustentável?”.Durante a fala, Giovanna destacou a importância de investimentos para a aplicação da ciência e da tecnologia. “É essencial que haja incentivo financeiro para que as pesquisas científicas sejam aplicadas e, de fato, se tornem modelos de inovação de impacto. A gente não faz ciência sozinhos e sem multidisciplinaridade. Por isso, é importante unirmos esforços para construir uma frente científica com mais força”, pontuou a diretora.

Mostra de Inovação - A programação da 20ª SNCT, também conta com uma Mostra de Inovação que reúne projetos desenvolvidos nos Espaços 4.0 das Escolas Técnicas Estaduais (ETEs) Ginásio Pernambucano, Senador Wilson Campos, Dom Bosco, além do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e da startup ACTIVEDU.

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI/PE), por meio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE), reajusta, a partir deste mês de outubro, em até 60%, os valores das bolsas de pesquisa em nove modalidades, a depender da modalidade/nível.

A FACEPE tem buscado equiparar os valores de suas bolsas aos praticados pelas agências federais, como o CNPq e a CAPES. Em agosto/2023 foi possível ajustar os valores concedidos às modalidades BIA (Bolsa de Incentivo Acadêmico), BIC (Bolsa de Iniciação Científica) e BPG (Bolsa de Pós-Graduação, nos níveis Mestrado e Doutorado).

O rigoroso acompanhamento da execução orçamentária permite que a FACEPE aumente os valores de bolsas, equipando-os aos praticados pelas agências federais a partir de outubro, conforme a Tabela 1.

A partir de outubro, serão atualizados os valores das modalidades BFP (Bolsa de Fixação de Pesquisador), BPV (Bolsa de Pesquisador Visitante), BCT (Bolsa de Cooperação Técnica), BDCT (Bolsa de Difusão Científica e Tecnológica), BFT (Bolsa de Fixação de Técnico), BIC-Jr (Bolsa de Iniciação Científica Júnior), BFM (Bolsa de Finalização de Mestrado) e BFD (Bolsa de Finalização de Doutorado). A viabilidade de reajuste das modalidades BFI (Bolsa de Fomento à Inovação) está sendo avaliada pela FACEPE.

As instruções para assinatura dos aditivos dos Termos de Outorga serão disponibilizadas em breve.

Tabela 1 – Valores atuais e reajustados de modalidades e níveis de bolsas FACEPE