INCTs mostram resultados práticos no desenvolvimento da saúde e conservação da natureza
O encerramento das oficinas virtuais dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia promovidas pela Facepe reuniu, na manhã desta quinta-feira (26), pesquisadores e convidados da comunidade acadêmica para acompanhar as apresentações de resultados e aplicações práticas dos INCTs de Inovação Farmacêutica e Etnobiologia, Bioprospecção e Conservação da Natureza.
Em tom de balanço do que foi mostrado ao longo dos últimos quatro dias, o diretor científico da Facepe, Paulo Cunha, ressaltou a qualidade de ponta das pesquisas dos INCTs e que isso é atestado por meio de avaliações internacionais. Ele também chamou a atenção para as ações estratégicas estabelecidas pelo edital entre as quais estão a formação de recursos humanos, os resultados práticos efetivos, a cooperação entre as instituições nacionais e internacionais, além da prestação de contas permanente. “A ideia dessas oficinas é fortalecer essa visibilidade dos produtos e do que está sendo feito nos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia”, disse Paulo Cunha. Pernambuco conta com oito INCTs.
As novidades do instituto de Inovação Farmacêutica (IF) foram apresentadas pelo professor Ivan da Rocha Pitta e pelo representante do grupo Douglas Viana. São 92 pesquisadores ligados ao INCT que conta com a colaboração de outros 24 do Exterior. O INCTIF atua em três eixos de pesquisa: Prospecção de Entidades Químicas Bioativas; Desenvolvimento de Insumos Farmacêuticos; e Otimização do Uso de Medicamentos. A estrutura de laboratórios está sediada no Núcleo de Pesquisa em Inovação Terapêutica Suely Galdino (Nupit-SG) da UFPE.
Um dos resultados apresentados pelo INCTIC diz respeito aos estudos da molécula GQ 16, que demonstra ser promissora em tratamento de inflamações, diabetes e até anticâncer. De acordo com ele, a pesquisa em torno dessa molécula está contribuindo com avanços de outros estudos “e um deles foi publicado pela Sociedade Americana de Nefrologia”, disse Douglas. Ele também destacou outro projeto desenvolvido em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) a qual a Facepe é vinculada. Trata-se da um sistema piloto de inovação e produção de farmoquímicos em Pernambuco. O investimento será de R$ 1.196,700 até 2021.
Um ponto em comum entre os INCTs apresentados hoje (26) é o da promoção da saúde. A fabricação de novos medicamentos a partir de produtos naturais marcou a apresentação do INCT de Etnobiologia, Bioprospecção e Conservação da Natureza, que conta com apoio da Facepe desde 2017.
Quem fez a apresentação foi o pesquisador da UFPE Ulysses Paulino de Albuquerque. De acordo com ele, o diferencial deste INCT é buscar uma cadeia produtiva do conhecimento. O funcionamento se dá graças a recursos da Facepe que está na ordem de R$ 1 milhão distribuídos entre a concessão de bolsas e aquisição de materiais. Oito mestrados, dez doutorados, três livros, 35 artigos científicos e quatro ações de extensão representam o retorno do investimento.
Ulysses falou sobre a chamada estratégia etnodirigida que “consiste de entender como seres humanos, ao longo da sua história evolutiva cultural e ecológica, foram se apropriando da natureza e desenvolvendo diferentes utilidades para esses recursos desde a constituição dos primeiros sistemas médicos locais”.
Um dos eixos investigativos deste INCT se utiliza das florestas sazonais secas do Nordeste como campo de observação. É tema, inclusive, de recente artigo publicado pelo grupo. “São os indicadores de prioridade de conservação para plantas lenhosas medicinais das florestas mais secas do Brasil por uma doutora que recebeu apoio de uma bolsa de apoio técnico disponibilizada pela Facepe”.