Governo de Pernambuco fortalece inovação por meio de editais lançados pela Secti-PE e Facepe
Startups pernambucanas conquistam reconhecimento nacional e internacional impulsionadas por políticas públicas voltadas à ciência, tecnologia e inovação
O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti-PE) e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), vem atuando em seu papel estratégico no fortalecimento do ecossistema estadual de inovação. Os editais lançados têm impulsionado projetos com forte impacto social, econômico e ambiental. Prova disso são as premiações nacionais e internacionais conquistadas recentemente por startups pernambucanas apoiadas por essas iniciativas, via editais da Facepe.
A Moire LAB, a Quark e a Biofábrica de Corais são algumas dessas startups e foram destaques em eventos de relevância nacional e internacional, reafirmando o potencial inovador de Pernambuco. A Moire LAB foi premiada no Rio2C 2025, maior encontro de criatividade da América Latina, vencendo a vertical Audiovisual e Games com uma solução que utiliza automações e inteligência artificial para simplificar a gestão de projetos culturais, estimulando a criatividade e reduzindo a burocracia. A startup foi apoiada pelo Edital COMPET AME – Acelerando Mulheres Empreendedoras, voltado à qualificação de negócios inovadores liderados por mulheres no estado.
A startup Moire LAB, desenvolvida pela cientista Fernanda Tenório, está em fase final de prototipação e realizará o lançamento de seu produto ainda em 2025, com foco tanto em criadores culturais (B2B) quanto em instituições públicas e privadas que realizam políticas de fomento (B2G). A proposta da Moire LAB é transformar a maneira como criadores e gestores lidam com a burocracia dos projetos culturais, oferecendo uma plataforma digital inteligente baseada em automações, design thinking e inteligência artificial.
A Quark, fundada por Ana Uriarte e João Tompson, foi reconhecida como Startup do Ano no GovTech Summit 2025, com uma plataforma que promove o desenvolvimento de competências socioemocionais em estudantes da rede pública, por meio de microlearning e gamificação. A startup também foi selecionada no Edital Global PE, que promove a internacionalização de empresas pernambucanas com foco em inovação, pesquisa, desenvolvimento e qualificação técnica no Reino Unido.
Já a Biofábrica de Corais, idealizada pelo engenheiro de pesca e doutor em ciências biológicas Rudã Fernandes, e sediada em Porto de Galinhas, recebeu reconhecimento oficial da Unesco como projeto de referência global dentro da Década do Oceano, destacando-se por sua atuação na restauração de recifes de coral, com uso de biotecnologia, ciência e impressão 3D. A startup foi apoiada por meio do Edital Desafios.Gov, também executado pela Facepe, em parceria com a Secti-PE, e tendo a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas) como órgão público associado ao desenvolvimento do projeto.
Para a Facepe, os editais lançados em parceria com a Secti-PE representam instrumentos fundamentais para estimular a criatividade, a competitividade e a geração de soluções transformadoras em diversas áreas. “Os resultados alcançados por startups como Moire LAB, a Quark e a Biofábrica de Corais demonstram que o investimento público em ciência, tecnologia e inovação é capaz de promover mudanças concretas na sociedade, estimulando novos negócios e fortalecendo o papel estratégico de Pernambuco no cenário global”, destaca Fernanda Pimentel, diretora-presidente da Facepe.
As premiações obtidas pelas startups são resultado direto do compromisso do Governo de Pernambuco com o fomento à inovação, à ciência e ao empreendedorismo de base tecnológica. A atuação integrada da Facepe e da Secti, por meio de editais estratégicos e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável, posiciona o estado como referência nacional e internacional em soluções inovadoras com impacto real na vida das pessoas, na economia e no meio ambiente.
Projeto selecionado para publicação vinculada à COP30
Outro projeto que está ganhando visibilidade internacional por sua relevância científica, social, econômica e ambiental é o intitulado “Apicultura, Mulheres e a Geleia de Mel de Abelha para o Desenvolvimento Sustentável no Sertão Pernambucano”. Coordenado pela professora doutora da UFRPE, Renata Valéria Regis de Sousa Gomes, o projeto foi selecionado para compor a publicação oficial da Rede UniSustentável, vinculada às ações da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), como exemplo de inovação social e científica baseada na bioeconomia e na justiça de gênero. A COP30 é um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças climáticas.
A proposta nasceu da escuta e interação dialógica com mulheres agricultoras familiares da Comunidade Fazenda Floresta, no município de Parnamirim-PE, que enfrentavam desafios estruturais como a limitação no acesso a oportunidades de geração de renda, a invisibilidade na cadeia da apicultura, a desvalorização dos produtos apícolas e a ausência de formação técnica voltada às especificidades da região. Esses fatores, aliados a condições históricas de vulnerabilidade socioeconômica e exclusão de gênero, motivaram o desenho de um projeto de fortalecimento da autonomia produtiva e da valorização territorial do mel e seus derivados.
A iniciativa promoveu a formação de 20 mulheres apicultoras, por meio da implantação de um apiário coletivo, capacitações técnicas em apicultura e empreendedorismo feminino, práticas sustentáveis de manejo de abelhas e análises de qualidade do mel. A experiência aumentou em cinco vezes o valor de mercado do mel produzido, fortaleceu a autonomia produtiva das mulheres e agregou valor social, ambiental e econômico ao território do Semiárido.
“A apicultura sempre contou com a presença das mulheres, mas de forma tão subordinada que muitas vezes elas eram invisibilizadas dentro da cadeia produtiva. Nosso desafio foi transformar essa presença em protagonismo, unindo ciência, fortalecimento da agricultura familiar e inclusão. Esse reconhecimento internacional reforça que é possível gerar desenvolvimento social, ambiental e econômico a partir do território, com equidade e dignidade”, afirma a professora Renata Valéria.
O projeto foi aprovado pelo Edital Pernambucanas Inovadoras – da Facepe, que tem a finalidade de incentivar e fortalecer as iniciativas empreendedoras planejadas e coordenadas por pesquisadoras pernambucanas. O edital busca promover a aplicação dos conhecimentos científicos em soluções tecnológicas criativas e inovadoras – sejam produtos, processos ou serviços – voltadas à geração de renda, trabalho, bem-estar social e desenvolvimento econômico para o Estado de Pernambuco.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Mauricélia Montenegro, ressalta que o Estado lidera uma agenda estratégica de inovação. “Com a Secti-PE e a Facepe, temos promovido editais que colocam soluções concretas em prática, transformando vidas, fortalecendo negócios e valorizando a ciência como vetor de justiça social e desenvolvimento sustentável.”
Para Mauricélia, os reconhecimentos nacionais e internacionais reforçam o compromisso do Governo de Pernambuco em conectar talento, conhecimento científico e vocação empreendedora. “O projeto das apicultoras do Sertão, incluído na publicação da COP30, simboliza uma inovação que nasce do território e corrige desigualdades históricas com protagonismo feminino e sustentabilidade”, ressalta.