Seminário apresenta avanços científicos no combate ao Zika Vírus

A prestação de contas à sociedade sobre a aplicação dos recursos investidos nas pesquisas em busca de soluções para o combate ao Zika Vírus foi o tom do seminário final de prestação de contas do Acordo de Cooperação Técnica entre a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia (Facepe) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES). O documento foi assinado em março de 2016, um dos momentos mais críticos da epidemia.

O evento aconteceu no último dia 26 de outubro de forma remota e os pesquisadores apresentaram os resultados a uma banca examinadora. Um dos projetos apresentados faz parte do Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia (Merg), que reúne cientistas especialistas em epidemiologia, doenças infecciosas e clínicos, investigadores na área da saúde reprodutiva, pediatras, neurologistas e biólogos.

Segundo o pesquisador Demócrito Miranda, da Universidade de Pernambuco (UPE), foram publicados pelo grupo neste período 38 artigos, sendo 14 fazendo referência ao financiamento da Facepe. Durante a pandemia do novo coronavírus, recursos foram realocados para estudos do uso do plasma no tratamento da Sars/Covid19.

O seminário contou ainda com a apresentação dos resultados do estudo liderado pelo pesquisador Rafael Franca, do Instituto Ageu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE). Ele explicou como foi montado um bio repositório com o intuito de fornecer amostras para estudos imunopatológicos a partir de uma parceria com o Hospital da Restauração.

De acordo com dados da Diretoria Científica da Facepe, foram submetidas 53 propostas, das quais foram aprovados 21 projetos, mas uma das coordenadoras solicitou cancelamento, ficando 20 projetos. Um total de 80 bolsas foi implementado para explorar os temas de análise da competência vetorial; estudos epidemiológicos; diagnósticos e validação; além de plataformas inteligentes para monitoramento e integração das informações.

A doença provocou microcefalia em centenas de recém-nascidos, despertando a atenção do mundo para uma sequela do Zika Vírus até então desconhecida. A ação que mobilizou a comunidade científica pernambucana e internacional teve como objetivo estimular a realização de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação a partir da concessão de bolsas de estudo e/ou auxílios financeiros a estudantes e pesquisadores.

Os projetos tiveram como foco o desenvolvimento de evidências científicas que permitam o diagnóstico rápido e eficaz do vírus, além da relação do vetor com os achados clínicos das crianças nascidas com microcefalia. Diante da emergência, a Facepe lançou o Edital 04/2016 com investimentos de R$ 3 milhões (R$ 1 milhão do orçamento da Fundação e R$ 2 milhões da SES).

O acompanhamento e avaliações aconteceram por meio de um seminário parcial nos dias 9 e 10 de março de 2017 e um encontro de resultados no dia 18 de fevereiro de 2020, na sede da Fundação.

Seminário Facepe Zyka 2