Iniciativas britânicas para enfrentar a pandemia da Covid-19

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À semelhança do que acontece no Brasil, diversas instituições do sistema de ciência, tecnologia e inovação do Reino Unido estão em busca de soluções para enfrentar a pandemia da Covid-19.

Tendo em vista o potencial de cooperação entre entidades brasileiras e britânicas nessa frente, a Embaixada do Brasil em Londres mapeou as principais iniciativas do gênero em curso no Reino Unido. Incorporaram-se ao mapeamento, em anexo, iniciativas da academia e do setor privado, inclusive de “start-ups”.

Destacam-se, em particular, as ações empreendidas pelo Imperial College London e pela Universidade de Oxford:

- IMPERIAL COLLEGE LONDON

 

O Imperial College London tem tido especial influência no desenho da resposta britânica à Covid-19.  Seguem as principais iniciativas de pesquisa em curso no Imperial College em resposta à pandemia:

 

1) Modelos matemáticos: 

 

A equipe do renomado Professor Neil Ferguson, Diretor do Abdul Latif Jameel Institute for Disease and Emergency Analytics do Imperial College, tem desenvolvido modelos científicos sobre o impacto de políticas públicas na contenção do vírus. São estudos que motivaram correção de rumo no tratamento da questão pelo governo britânico (https://www.imperial.ac.uk/news/196659/the-disease-outbreak-centre-where-scientists/).

Dados de contato:

Abdul Latif Jameel Institute for Disease and Emergency Analytics

Academic Lead – Katharina Hauck

+44 (0)20 7594 9197

 

 

2) Pesquisas sobre vacinas e estudos virais:

 

A equipe do Professor Robin Shattock, no Departamento de Doenças Infecciosas do Imperial College, está conduzindo pesquisas sobre o desenvolvimento de uma vacina RNA para a Covid-19. O referido estudo receberá GBP 22,5 milhões do governo britânico. Segundo Shattock, os recursos permitirão não apenas “fast track” estudos clínicos para que sejam viabilizados até junho, como também possibilitarão avaliar meios para produção de vacina em larga escala. A equipe do Imperial adianta que segunda rodada de testes clínicos em outra localidade geográfica será essencial para permitir a produção de uma vacina global

(https://www.imperial.ac.uk/news/196313/in-pictures-imperial-developing-covid19-vaccine/).

Dados de contato:

Professor Robin Shattock

Section Head, Immunology of Infection

r.shattock@imperial.ac.uk

+44 (0)20 7594 5206

 

A Professora Wendy Barclay, por sua vez, está conduzindo pesquisas sobre diferentes modalidades de vírus respiratórios, como influenza, particularmente em relação ao seu método de contágio. Espera-se poder aplicar o conhecimento adquirido ao caso da Covid-19 (https://www.imperial.ac.uk/barclay-lab).

 

Dados de contato:

Professora Wendy Barclay

Head of Department of Infectious Disease

w.barclay@imperial.ac.uk

+44 (0)20 7594 5035

 

3) Protótipo de ventilador “open-source“: 

 

Especialistas do Departamento de Bioengenharia e do Departamento de Cirurgia e Câncer do Imperial College desenvolveram, em conjunto, modelo simples e de baixo custo de ventilador emergencial. O protótipo responde aos requisitos do Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency do Reino Unido.  Segundo o Imperial College, poderá ser de especial interesse para países em desenvolvimento com escassez do equipamento. A equipe está em busca de organizações e de empresas que tenham interesse em produzir industrialmente o protótipo. Mais detalhes sobre o desenho do ventilador podem ser encontrados em: https://www.imperial-consultants.co.uk/areasofexpertise/emergency-ventilator/.

Dados de contato:

Anne Freitag

Engagement Manager For Materials, Bioengineering, Chemical Engineering, Computing, Earth Sciences, Cyber Security, Data Science, AI.

consultant-support@imperial.ac.uk

+44 (0)20 7594 6572

 

4) Diagnósticos:  

 

A equipe do Professor Chris Toumazo, do Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica do Imperial College London, desenvolveu um modelo de teste clínico para a Covid-19, o qual não requer conhecimento especializado ou equipamento específico para ser executado. Os cartuchos de teste rápido, que produzem resultados em menos de uma hora, já passaram por rodadas de testes clínicos e agora estão sendo testados em amostras mais amplas de pacientes. Espera-se que o esforço contribua com o objetivo do governo britânico de aumentar o número de testes conduzidos nacionalmente a 100.000 por dia. Mais detalhes podem ser encontrados em https://www.imperial.ac.uk/news/196801/rapid-lab-free-covid-19-test-delivers-results/.

Dados de contato:

Professor Christopher Toumazou

c.toumazou@imperial.ac.uk

+44 (0)20 7594 6255

- UNIVERSIDADE DE OXFORD

 

Estudos do Oxford Vaccine Centre:

 

Produção de vacina: A Oxford Vaccine Centre já conduz testes em seres humanos para o uso clínico de vacina contra a Covid-19.  As pesquisas estão sendo conduzidas pelo Edward Jenner Institute for Vaccine Research e pelo Oxford Vaccine Group. A equipe acadêmica, liderada pelos Professores Sarah Gilbert, Andrew Pollard, Teresa Lambe, Sandy Douglas, Catherine Green e Adrian Hill, está trabalhando no projeto desde janeiro de 2020.  Os testes clínicos serão realizados em cooperação com a University of Southampton NHS Trust e com a NIHR Imperial Clinical Research Facility.  A vacina será testada em indivíduos saudáveis, com idade entre 18 e 55 anos, em cinco localidades no sul da Inglaterra. Oxford busca desenvolver modalidade de vacina baseada em “chimpanzee adenovirus vaccine vector” (ChAdOx1), que evita o desenvolvimento de infecção no indivíduo vacinado – seria opção mais segura para crianças, idosos e indivíduos com condição de saúde pré-existente, como diabetes. A pesquisa receberá GBP  20 milhões do governo britânico. Mais detalhes podem ser encontrados em: <https://covid19vaccinetrial.co.uk/home>. Formulário para envio de consultas está disponível em: <https://covid19vaccinetrial.co.uk/press-updates> .

A farmacêutica AstraZeneca anunciou acordo com a Universidade de Oxford para a produção e a distribuição, em escala global, de vacina que venha a ser desenvolvida pela universidade.  A empresa trabalhará estreitamente com o Jenner Institute e o Oxford Vaccine Group para acelerar, com segurança, o processo que envolve testes, produção e distribuição da vacina.  O Diretor Executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, afirmou que a multinacional tem a expectativa de conseguir produzir até 100 milhões de doses da vacina até o final de 2020.  A prioridade, em primeiro momento, seria produzir oferta para o Reino Unido, expandido, em segundo momento, para distribuição global. A AstraZeneca tenciona distribuir o produto a custo de produção – a comercialização da vacina e o pagamento de “royalties” passariam a ser feitos apenas quando a Covid-19 tornar-se doença endêmica, como a influenza. Em relação ao anúncio, o governo britânico declarou que “the science is uncertain, and no vaccine may work, but this deal gives the UK the best chance we can of a breakthrough that could defeat this awful virus”. 

 

Fonte: Setor Acadêmico

Embaixada do Brasil em Londres

Academic Section
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