Professora Lúcia Melo aborda estratégias e instrumentos para políticas públicas em CT&I em seminário na Facepe

ReduzidaAs estratégias e instrumentos para o desenvolvimento e implantação de políticas públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação foram tema de seminário interno realizado na manhã desta sexta-feira (7), no Salão Nobre da Facepe, proferido pela ex-secretária estadual da área Lúcia Melo. O encontro reuniu colaboradores e gestores, além do presidente da Fundação, Fernando Jucá.

As questões ligadas ao contexto global das transformações em curso no mundo, a importância de uma estratégia para CT&I e os desafios para o fomento foram temas abordados por Lúcia no começo do seminário. Ela fez uma retrospectiva de marcos históricos que nortearam as políticas de investimentos mundiais na área desde o fim da Segunda Guerra. A pesquisadora também chamou a atenção para o papel do Estado no incentivo à tecnologia e inovação. “Quem bancou as grandes inovações que mudaram o mundo? O Estado é o responsável por todo o crescimento que a gente está vivendo hoje”, disse ela ao se referir às primeiras pesquisas que deram origem à Internet, entre outras inovações.

No quesito inovação, Lúcia apresentou dados e referenciais teóricos de pensadores como Shumpter, Freeman e Lundvall. Ela também destacou que as políticas públicas deste setor devem levar em conta aspectos transdisciplinares. “É quando você faz com que a sociedade participe do processo decisório das políticas da ciência e tecnologia. Os interesses da sociedade são incorporados”, disse Lúcia citando a Alemanha como país onde essa tendência é forte.

Em outro momento do seminário, a ex-presidente da Facepe analisou as mudanças ocasionadas pela revolução digital. “O impacto na organização da sociedade é muito grande principalmente a partir das redes sociais. A intensidade do uso dessas redes sociais muda as preferências, as escolhas e interferem em tudo, até nas eleições”.

Reduzida 2Outro tema salientado pela ex-secretária diz respeito a planejamento, considerado por ela um dos maiores desafios do Estado brasileiro. “A cultura do planejamento é muito no nível orçamentário e não no nível estratégico, é um planejamento operacional”. Esse ponto colocado por Lúcia tem a ver com o que ela analisa como uma falta de linearidade das políticas públicas nacionais em CT&I. “A descontinuidade é a maior fraqueza das políticas públicas no Brasil”, afirmou. O Proálcool foi um exemplo citado por ela.

 

Lúcia Melo finalizou o seminário elencando os desafios para o fomento em CT&I no país e em Pernambuco. Segundo ela, o fomento deve ser direcionado à demanda, à oferta e articular novos modelos institucionais promotores da colaboração entre atores dos sistemas de inovação. A pesquisadora também aponta que esses desafios devem ter orientação estratégica e antecipatória, além de buscar oportunidades para inovação, pesquisa e formação de recursos humanos.