Doutor em Educação Física pernambucano participa de pesquisa global sobre obesidade publicada na revista Nature

 

Rildo ( o primeiro da esquerda para a direita)

Rildo ( o primeiro da esquerda para a direita)

 

Pesquisa desenvolvida pela Imperial College London e publicada na revista científica Nature constatou que a obesidade está aumentando mais rapidamente nas áreas rurais do mundo do que nas cidades. O estudo das tendências globais do índice de massa corpórea (IMC) contou com a participação do Doutor em Educação Física e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rildo Wanderley de Souza Júnior, que teve seis meses de bolsa AMD financiados pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) durante as atividades e colaborou fornecendo dados locais para o projeto.

Rildo é formado em Educação Física pela Universidade de Pernambuco (UPE) e fez seu doutorado por meio do Programa Associado de Pós-graduação em Educação Física da UPE, onde foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) sob a orientação do Professor Mauro Barros. Durante o doutorado, ele contou com o Auxilio Mobilidade Discente da FACEPE para ficar seis meses trabalhando sobre a pesquisa na Coventry University, no Reino Unido.

O trabalho envolveu mais de mil pesquisadores em todo o mundo e analisou os dados de altura e peso de mais de 112 milhões de adultos em áreas urbanas e rurais de 200 países e territórios entre 1985 e 2017. Como resultado, constatou-se que, neste período, o IMC subiu globalmente em média 2,0 kg/m2 em mulheres e 2,2 kg/m2 nos homens, o que equivale a 5-6 kg a mais por pessoa. Neste período, mais da metade do aumento global do IMC se deu em áreas rurais. Em alguns países de baixa e média renda, as áreas rurais foram responsáveis por mais de 80 por cento do aumento.

No comparativo com os centros urbanos, o IMC médio das áreas rurais aumentou em 2,1 kg/m2 para ambos os sexos, enquanto que nas cidades a alta foi 1,3 kg/m2 em mulheres e homens. Os números revelam que houveram mudanças marcantes na geografia do IMC. Em 1985, homens e mulheres urbanos em mais de três quartos dos países tinham um IMC mais elevado do que os seus homólogos rurais. Ao longo do tempo, a lacuna entre o IMC urbano e rural em muitos desses países encolheu ou até mesmo foi revertida.

A equipe encontrou diferenças importantes entre países de alta, média e baixa renda. Em países de alta renda, o estudo mostrou que o IMC foi geralmente maior em áreas rurais desde 1985, especialmente para as mulheres. Os pesquisadores sugerem que isso se deve às desvantagens vivenciadas por aqueles que vivem fora das cidades: menor renda e educação, limitada disponibilidade e maior preço de saúde e comidas, e menos lazer e equipamentos esportivos.

O resultado do estudo desmitificou a percepção comumente realizada de que as pessoas que vivem em cidades estão mais suscetíveis à obesidade. Na verdade, as cidades fornecem uma riqueza de oportunidades para uma melhor nutrição, mais exercício físico e recreação, e saúde melhorada. Estes fatores são muitas vezes mais difíceis de encontrar em áreas rurais. No entanto, as áreas rurais em países de renda média e baixa têm visto mudanças na direção de resultados mais elevados, melhor infraestrutura, agricultura mais mecanizada e aumento do uso do carro, o que acarretam em um menor gasto energético e maior investimento em alimentos, que podem ser processados e de baixa qualidade. Todos estes fatores contribuem para um aumento mais rápido do IMC nas zonas rurais.

Fonte: Assessoria de Comunicação SECTI