Facepe lamenta falecimento do Prof. Fábio Hazin

A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco lamenta profundamente o falecimento do professor e pesquisador Fábio Hazin, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Desde 2008, ele coordenou três projetos apoiados pela Facepe, além de ter organizado um evento internacional sobre ataques de tubarão no Recife em 2014. Também com apoio da Facepe, Hazin orientou nove alunos de Iniciação Científica, três bolsistas de Fixação de Técnico, além de três mestrandos e três doutorandos. Os projetos coordenados por Hazin com apoio da Facepe foram:

 

  1. Monitoramento do processo de colonização e ocupação biológica do naufrágio Walsa
  2. Biodiversidade e ecologia dos peixes demersais marinhos em águas profundas no Estado de Pernambuco
  3. Ecologia e conservação das raias mantas do gênero mobula no Brasil e no México

 

A UFRPE decretou luto oficial de três dias. Vítima de complicações da Covid-19, Hazin se tornou bastante conhecido ao pesquisar e explicar os incidentes com tubarões no litoral pernambucano. Entre 2004 e 2012, ele exerceu a função de Presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e de diretor do Departamento de Pesca e Aquicultura da UFRPE.

Graduado em Engenharia de Pesca pela própria UFRPE, o professor tinha mestrado e doutorado em Marine Science and Technology/ Fisheries Oceanography na Tokyo University of Marine Science and Technology; e pós-doutorado em Avaliação de Estoques de Recursos Pesqueiros Pelágicos Migratórios no Southeast Fisheries Sience Center/NMFS/NOAA, Miami- EUA. Também obteve especialização em Direito Internacional do Mar, pela Rhodes Academy (Center for Oceans Law and Policy/ University of Virginia School of Law; the Aegean Institute of the Law of the Sea and Maritime Law; the Law of the Sea Institute of Iceland; the Max Planck Institute; and the Netherlands Institute for the Law of the Sea.

Sua atuação principal era em Oceanografia Pesqueira e Engenharia de Pesca, com ênfase em grandes peixes pelágicos (atuns, agulhões, tubarões), atuando principalmente em biologia reprodutiva, distribuição, comportamento, migração; além de Gestão Pesqueira e Direito Internacional do Mar, tendo exercido diversos cargos relevantes no Brasil e no mundo. Professor associado da UFRPE, no curso de Engenharia de Pesca e no Programa de Pós-graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura, e na UFPE, no Programa de Pós-graduação em Oceanografia, ele exercia atualmente, a função de coordenador geral científico do Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo. No período de 1995 a 2005, foi coordenador do Programa REVIZEE- Programa para a Avaliação dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva Brasileira/ Região Nordeste.

Hazin foi convidado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) para diversas palestras e contribuições.  Entre 2008 e 2009, presidiu o processo de negociação na FAO/ONU para a elaboração e adoção do Tratado Internacional sobre Medidas de Estado Porto para Prevenir, Deter e Eliminar a Pesca Ilegal, Não Regulada e Não Reportada, aprovado pelo Conselho da FAO, em Dezembro de 2009; e a negociação também na FAO/ONU para adoção das Diretrizes Internacionais para o Desenvolvimento da Pesca Artesanal e de Pequena Escala.

Também presidiu a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) e a Associação Brasileira de Engenharia de Pesca. A convite da FAO, presidiu o processo de avaliação do Comitê de Pesca para o Atlântico Leste e Central (CECAF) e da Comissão de Pesca do Oceano Índico Sudoeste (SWIOFC), além do processo de avaliação da Organização de Pesca do Atlântico Noroeste (NAFO) e da Comissão de Pesca do Oceano Pacífico Oeste e Central (WCPFC).

Foi ainda Representante Científico do Brasil junto a Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) (1998-2015); e presidente do Subcomitê Científico do Comitê Consultivo Permanente de Gestão de Atuns e Afins (1998-2015). Em 2015, exerceu o cargo de Secretário Nacional de Pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura e, interinamente, de Ministro de Estado da Pesca e da Aquicultura. Em 2014, foi eleito Presidente, junto a ONU/DOALOS, Divisão de Oceanos e Lei do Mar, do Processo de Consultas dos Estados Parte do Acordo de Nova Iorque, e, em 2015 e 2016, para presidir o processo de revisão do referido acordo. Entre 2012 e 2014, exerceu o cargo de vice-presidente e, de 2014 a 2016, de presidente do Comitê de Pesca da FAO (Cofi).